Confusão entre vereadores de Manacapuru é registrada após Justiça devolver mandato a parlamentar cassada

Em meio ao impasse envolvendo o mandato da vereadora Lindynês Leite (PMN), uma confusão generalizada foi registrada nesta segunda-feira (5), entre vereadores de Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus). As discussões ocorreram durante a votação da nova mesa diretora da Câmara Municipal do município.


O vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o atual presidente da Casa, Sassá Jefferson (Republicanos), lê a ação que havia resultado na cassação do mandato da vereadora Lindynês Leite (PMN), por suposto excesso de faltas em sessões da Câmara.


Na ocasião, a parlamentar aparece rasgando o documento, e apontando o dedo para Sassá. O bate-boca logo dá início a uma confusão generalizada na sessão, que foi suspensa por conta da discussão.


Justiça devolveu mandato à vereadora

A liminar que devolveu o mandado à vereadora é do desembargador João de Jesus Abdala Simões, plantonista do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), e foi concedida no sábado (3).


A ação movida contra a parlamentar foi protocolada pelo primeiro suplente da Câmara de Manacapuru, Robson Nogueira, que assumiria a vaga, caso a Justiça não tivesse concedido a liminar em favor da vereadora.


Na decisão que suspendeu a cassação, o desembargador João de Jesus Abdala Simões argumentou que não foi concedido amplo direito de defesa à vereadora e destacou que a perda do mandato deveria ter sido declarada pela Mesa Diretora da Câmara e não pelo presidente da Casa, o vereador Sassá Jefferson (Republicanos).


"O próprio Ato do Presidente da Câmara n. 01/2022 (fls. 11-12), que determinou a extinção do mandato, não demonstra que foi oportunizado à vereadora o exercício do contraditório e da ampla defesa, assegurado no §2º, do art. 105, do Regimento Interno da Câmara de Manacapuru (...). Ademais, o referido dispositivo legal dispõe que a perda do mandato será declarada pela Mesa da Câmara e não por ato unilateral do Presidente", diz o Mandado de Segurança.


Foto: Reprodução


Vereadora diz estar sendo perseguida

Em pronunciamento nas redes sociais, no domingo (4), a vereadora Lindynês Leite disse que sofreu um "golpe político". Segundo ela, o presidente da Câmara utilizou o período em que a parlamentar estava afastada das atividades da Casa, em 2021, para cuidar da avó e da mãe, que estavam internadas com Covid-19 em estado grave.


"Estava dentro do hospital de campanha, acompanhando a minha avó e a minha mãe que estavam em estado grave. Inclusive, infelizmente, a minha avó veio a óbito, e mesmo com toda a dor que eu estava sentido de cuidar da minha mãe. E por todo o amor que tenho pela minha mãe e minha família, e decidi acompanhá-la no hospital. Entrei em luto, e comuniquei a secretária da Câmara, comuniquei o presidente Sassá sobre tudo o que estava acontecendo, no qual o regimento internado da Casa me permite estar afastada pelos motivos que acabei de explicar", disse.


Na sequência do vídeo, Lindynês Leite mostra prints (imagens) do que seriam conversas com o presidente Câmara de Manacapuru, Sassá Jefherson, e a secretária da Casa, nas quais ela justifica as ausências.


Segundo a Comissão Processante, a vereadora teria comparecido a menos de 50% das sessões, o que teria violado o regimento interno. O permitido é faltar a até 33,3% das sessões.


Além de argumentar que havia justificado as faltas, a parlamentar disse que a decisão de Sassá seria uma retaliação a ela, que declarou apoio à chapa adversária nas eleições da nova Mesa Diretora, realizadas nesta segunda-feira (5).

Fonte: Com informações do G1 Amazonas