A doença que recentemente acometeu os jogadores Pelé e Roberto Dinamite, e as cantoras Simony e Preta Gil, o câncer de intestino ou colorretal, deve afetar 300 amazonenses em 2023. A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade que oferece tratamento para a doença na rede pública de saúde local, alerta para hábitos que podem reduzir as chances de desenvolver este câncer.
Segundo o médico endoscopista da FCecon, Marcelo Tapajós, alguns fatores de risco para o câncer de intestino podem ser evitados.
“Quando falamos em prevenção primária, falamos sobretudo da mudança de hábitos e estilo de vida. Excesso de carne vermelha e de carnes processadas, exagero de açúcar, bebida alcoólica, tabagismo e obesidade. São fatores de risco que podem ser modificáveis e que são associados ao câncer colorretal”, explicou.
Além disso, são fatores de risco para desenvolver a doença a história familiar de câncer de intestino e doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn. Pacientes com essas doenças devem ter acompanhamento individualizado.
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 300 casos de câncer colorretal devem ser registrados em 2023, no Amazonas. Para todo o Brasil, a previsão é de 45.630 novos casos.
Sintomas
São poucos os sintomas na fase inicial do câncer de intestino e reto. Mas nas fases avançadas, o paciente pode apresentar dor abdominal, sangue ou muco nas fezes, alteração do trânsito intestinal entre diarreia e prisão de ventre, perda de peso inexplicada e anemia.
Por isso, o médico da FCecon orienta que a população faça acompanhamento médico, exames de rotina e adote um estilo de vida saudável, com prática de atividade física, alimentação com muitas frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, grãos e sementes.
Rastreio
A Organização Mundial da Saúde e as sociedades médicas da área preconizam o início do rastreamento do câncer de cólon e reto em pessoas entre 45 e 50 anos, por meio do exame de sangue oculto nas fezes. Em resultados positivos, o usuário deve ser submetido ao exame de colonoscopia.
Através desse exame endoscópico pelo reto, o médico visualiza se há pólipos que possam vir a se transformar em câncer ou mesmo se há lesão indicadora de câncer, o que é confirmado com o laudo de biópsia.
Tratamento
Para os casos iniciais, a FCecon oferece a ressecção tumoral. “Quando o paciente tem determinadas características desse câncer colorretal, como o tamanho da lesão e o tipo de invasão na parede do intestino, quando é mais superficial, muitas vezes conseguimos ressecar essa lesão dentro do setor de Endoscopia”, explica Tapajós.
O serviço de Endoscopia, inclusive, está adquirindo novos aparelhos de colonoscopia, com imagem avançada e recursos que aumentam a taxa de detecção de lesões malignas precoces na região colorretal. Segundo Tapajós, o aparelho possibilita a ressecção dessas lesões de forma mais precisa.
Para os casos mais avançados do câncer colorretal, a FCecon oferta quimioterapia, cirurgia e radioterapia. A Fundação também oferta o suporte em cuidados paliativos.
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