Projeto de Extensão da UEA recebe homenagem por promover ações sócio educativas em Centro de Reabilitação em Dependência Química



O projeto de Extensão 'Educação Inclusiva Para Dependentes Químicos: Políticas Públicas em Favor Da Vida', coordenado pela Profª. Dra. Osmarina Guimarães de Lima, do curso de Pedagogia, da Escola Normal Superior será homenageado nesta sexta-feira (31), pelas ações sócio educacionais desenvolvidas junto aos mais de 90 dependentes químicos da unidade estadual de saúde “Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz”, local que foi desenvolvido a primeira etapa desse projeto. 


A primeira etapa do projeto foi realizada no período de agosto a dezembro de 2022, com atividades das áreas de Teatro, Pedagogia (com educação de jovens e adultos), Literatura, Música, Marchetaria, Origami, e aulas de matemática e ornamentação de festa com balões.


As aulas foram desenvolvidas pela bolsista, graduanda do curso de licenciatura em Teatro Jackeline Monteiro e por um grupo de voluntários egressos e estudantes da UEA, sendo eles: o egresso do curso de teatro, Leandro Lopes. Os egressos do curso de Pedagogia: o músico percussionista Stivisson Menezes e Fernanda Souza. A estudante de Licenciatura em Música, Nayara Silva, E o artista educador e produtor cultural, Vitor Lima. 


Para a professora Dra. Osmarina Lima, a dependência química é considerada um transtorno mental, o que significa que ela é uma doença. "O projeto destaca a atuação da universidade para contribuir com a minimização, de modo incisivo, dessa problemática. Essa aproximação dos acadêmicos com a realidade em foco é uma das características da política de extensão, buscou e tem buscado na comunidade externa elementos factíveis que foram articulados com os saberes e as práticas formativas construídos nos cursos de graduação. Tendo como força motriz o compromisso de contribuir com a promoção social dos dependentes químicos por meio da educação inclusiva. Podemos usar como exemplo, a aprovação no vestibular de um dos pacientes do CRDQ para o curso de pedagogia", explica.


A professora de teatro, Jackeline Monteiro já ministrei aulas de teatro para diferentes públicos e todas as idades, mas ainda não tinha tido a oportunidade de trabalhar com esse público, no caso, os adictos em recuperação. "O projeto de extensão me oportunizou quebrar meus próprios preconceitos e razões, eu e os voluntários tivemos a oportunidade de passar por uma formação sobre a dependência química, quando essa doença chega em um lar, destrói famílias, sonhos e muitas vezes a esperança. Quando iniciamos as aulas, mesmo tendo um distanciamento, foi preciso ter um olhar e escuta sensível para ganhar a confiança deles, não eram apenas homens, mas mulheres e até crianças. Para mim, foi uma das melhores experiências que já tive na vida, criamos poemas, montamos peças teatrais, escrevemos músicas e nas rodas de conversas eles nos retribuíam com muita gratidão, foram vários os relatos de pacientes que nem imaginávamos ter sido afetado pelas aulas. Tivemos a oportunidade de apresentar esse trabalho nas Jornadas Internacionais do Teatro Oprimido que aconteceu de forma híbrida, em Marabá, e mediar uma roda de conversa sobre o Teatro do Oprimido na educação inclusiva. Com toda certeza a parte que mais me impactava eram as rodas de conversas, porque eles falavam de como as aulas os ajudavam na recuperação, e eu enquanto professora também percebia a mudança, iniciavam resistentes e finalizavam totalmente agraciados. Eu tenho certeza que a partir desse projeto de extensão, a ressocialização desses pacientes tem sido mais leve", pontua.



"Então, o projeto de extensão realizado na unidade pela UEA, pôde proporcionar uma experiência prática a cada usuário, a cada residente, a cada interno da unidade. Onde pudemos observar o desenvolvimento pessoal de cada um, além de possibilitar também conhecimentos pessoais, troca de saberes, saberes compartilhados, tanto da equipe técnica da unidade, quanto do pessoal que estava executando o projeto da UEA. Os impactos causados que eu observei foi o desenvolvimento mesmo das habilidades comportamentais de cada paciente, onde pudemos também verificar a competência de cada um para desenvolver as atividades, as habilidades com os conhecimentos adquiridos e a prática nas atividades desenvolvidas. Como por exemplo, o coral que teve o teatro, a dança, onde eles expressavam seus sentimentos, suas emoções, aonde cada um também saíram dali falando que iam ver de que forma poderiam fazer uma aula de canto, uma aula de violão. Eles fizeram uma música da qual vai ser apresentado agora, dia trinta e um, no aniversário do CRDQ também com a equipe da UEA. Esse apoio da UEA foi fundamental, e o sentimento é de gratidão pela realização dessas ações na unidade, gratidão pelo conhecimento compartilhado, por ter dado esse ânimo não somente para os pacientes, mas para toda a equipe do CRDQ, esse projeto foi como um combustível de ânimo e força para nós. Agradeço muito por terem escolhido a nossa unidade para executar esse projeto que para eles foi um achado de possibilidade de que podem sim vir a realizar seus sonhos, metas, objetivos, porque sabem que estão nas margens da sociedade e a sociedade os ver como marginalizados, a parti das atividades realizadas, eles perceberam suas potencialidades e entenderam que podem sim, fazer diferente a partir do momento que receberem alta", explana Ernilda de Vasconcelos Coelho, assistente social do CRDQ.



"Foi muito importante o projeto de extensão da equipe da UEA, onde pôde comportar os nossos pacientes que são dependentes químicos, para eles foi um aprendizado e uma experiencia muito grande, todos gostaram porque tivemos falas de pacientes, então eles gostaram muito dos cursos, dos profissionais que foram ministrar esses cursos, foi de suma importância tanto para nós colaboradores, que tivemos a presença da equipe da UEA, como para os pacientes também que tiverem um feedback positivo sobre essas atividades que eles fizeram ao longo dos seis meses conosco, muito obrigada", Comenta Juliete de Oliveira Vieira, assistente social do CRDQ.


Fonte: com informações da assessoria de imprensa