Apresentar a cultura, as raízes e a arte do Amazonas à capital do Brasil foi motivo de orgulho para os parintinenses que participaram do lançamento do 56º Festival Folclórico de Parintins, na Casa da Coca-Cola Brasil, nesta terça-feira (11). Artistas parintinenses, de vários segmentos, que fazem parte da cadeia produtiva que movimenta o festival, estão em contagem regressiva para os dias 30 de junho, 1° e 2 de julho, em Parintins (distante 369 quilômetros de Manaus). Enquanto isso, em Brasília, a classe artística e fazedores de cultura da ilha mostraram talento.
O artista visual, Pito Silva, com mais de 20 anos dedicados à produção de telas que retratam a pintura parintinense, considera o festival uma potencialidade e, ao participar de eventos em outros estados, amplia a visibilidade ao segmento.
“Parintins tem uma diversidade artística cultural muito grande, e o festival vem dar essa potência aos talentos que têm em Parintins. A arte do parintinense consegue alcançar novos horizontes, encantar mais pessoas e chegar mais longe”, disse o artista, que foi além, presenteando a ministra do Povos Originários, Sonia Guajajara, com uma tela de pintura em aquarela.
Encantada com a dança, as toadas e a disputa entre Caprichoso e Garantido, a ministra considera o festival um ato de resistência e valorização à cultura originária do Brasil.
“O Festival de Parintins que já é o maior festival do mundo retrata a nossa originalidade, os povos indígenas. E o que acho muito legal é que, tanto um boi quanto o outro trazem a visibilidade dos povos indígenas do Brasil. A mulher guerreira, os indígenas que lutam, a resistência. E achei muito legal que o Governo do Amazonas trouxe, neste ano, o lançamento do festival para Brasília, capital do país, para ganhar cada vez mais esta repercussão”, declarou a ministra, que confirmou a presença neste ano na temporada bovina. “O convite foi aceito. É importante valorizar a cultura brasileira, os povos indígenas, essa resistência secular. O reconhecimento também, além do folclore, à realidade indígena hoje, para que o Brasil possa conhecer os seus povos originários”, declarou.
Cadeia produtiva
O secretário de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, declarou que, todos os anos o festival é um grande propulsor da economia, gerando postos de trabalho e movimentando a economia.
“Os fazedores de cultura se dedicam ao festival, meses antes da temporada, são possibilidade de trabalho tanto para a classe artística, quanto para o comércio local e o turismo. São famílias beneficiadas que encontram, neste período, um meio de reforçar o orçamento e ver a sua cultura, a arte e o folclore prestigiados por milhares de pessoas do mundo”, afirma o secretário, acrescentando que, neste ano, a expectativa é de gerar mais de dois mil empregos diretos e 20 mil indiretos.
Quem também levou um pedaço do Amazonas para Brasília foi a artesã Rita Prossi, com mais de 30 anos na confecção de acessórios e biojóias. Ela conta que o trabalho de produção envolve, também, ribeirinhos, povos indígenas, em uma cadeia produtiva que contempla mais de 100 famílias.
“Quando um colar é vendido, quando uma pessoa escolhe uma peça, eu espero que ela se conscientize que ela está gerando renda, alimentando a mesa de um ribeirinho, porque a gente compra a matéria prima deles, às vezes a gente faz parcerias em produção, que o nosso ateliê não consegue fazer sozinho, a gente passa o modelo, manda matéria prima e vai gerando a contribuição aos nossos artesãos do interior da Amazônia”, finaliza Rita.
A celebração em Brasília levou os convidados a uma imersão cultural, mais precisamente no Festival Folclórico de Parintins, que traz o protagonismo dos bois Caprichoso e Garantido e as entradas anunciadas dos itens oficiais, ao som de toadas. A culinária foi representada pelo tacacá cuidadosamente preparado pela Dona Graça, também parintinense. Nas mesas, frutas regionais de diversos tipos e sabores, exalavam o aroma em um cenário de folhagens, cestarias e a temática amazônica.
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