No Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Áurea Pinheiro Braga, localizado na zona oeste de Manaus, os alunos finalistas da instituição realizaram a atividade “Por que devo ler essa obra?”, uma iniciativa que incentivou os estudantes a lerem clássicos da literatura pré-modernista.
Sob a orientação da professora de Língua Portuguesa, da 3ª série do Ensino Médio, Márcia Sicsu, os discentes leram e produziram vídeos sobre a importância das obras literárias. Esta é a segunda vez que a professora realiza a atividade na escola. A primeira edição aconteceu em 2021, de maneira remota, por conta das restrições sanitárias impostas pela pandemia de Covid-19.
“Eu sempre trabalho de uma forma lúdica com meus alunos, gosto de quando eles aprendem com prazer. A leitura de clássicos, às vezes, pode parecer maçante, mas quando pensamos em uma dinâmica atrativa, isso muda”, explicou a professora.
Entre as obras nacionais escolhidas pela docente para a realização dos trabalhos estão: “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto; “Urupês e Cidades Mortas”, de Monteiro Lobato; “Eu”, de Augusto dos Anjos; “Os Sertões”, Euclides da Cunha e “Canaã”, de Graça Aranha.
Participação dos alunos
Os 130 alunos das quatro turmas de 3ª série, do Ceti Áurea Pinheiro Braga, se engajaram na atividade proposta. Entre leitores, apresentadores e editores, os discentes propuseram reflexões sobre os livros lidos.
“A obra que li (Canaã) ainda representa bastante os dias de hoje, mesmo se passando longe da nossa atualidade. Esses livros devem ser mais incentivados, pois debatem racismo, preconceito e, se nós nos aprofundarmos mais nesses assuntos, a gente consegue ter uma visão de mundo diferente”, salientou Saimon Cardoso, de 17 anos.
A aluna Izabelly Cantalice, 16, que leu o livro “Triste fim de Policarpo Quaresma”, falou sobre como a dinâmica exitosa mudou a sua experiência de leitura.
“Eu adorei fazer esse trabalho, porque amo ler e gosto de explicar o que entendi. No livro, o escritor faz críticas à sociedade da época, então a obra é importante para refletirmos sobre o país em que vivemos. Isso me deu uma noção de que eu posso mudar coisas na minha vida e contribuir para a sociedade”.
Tecnologia na escola
A multidisciplinaridade da ação também foi um tópico de destaque para a escola. De acordo com a gestora da unidade, Francisca Mourão, trazer a tecnologia para a rotina escolar dos estudantes é um passo importante no processo de ensino e aprendizagem dos mesmos.
“A escola precisa se apropriar das ferramentas tecnológicas que a maioria dos alunos sabem manusear, como celulares e tablets, e utilizá- las como recurso de aprendizado. Assim, aumentamos ainda mais a capacidade de conhecimento dos estudantes”, ressaltou.
A próxima iniciativa já está em planejamento por parte da professora Márcia Sicsú. Os estudantes irão, nas atividades avaliativas seguintes, realizar um estudo sobre autores modernistas.
Após a atividade de pesquisa, os discentes irão montar um roteiro de entrevista e a realizarão em sala de aula. Os alunos também vão se caracterizar, interpretando os autores escolhidos.
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