Transtornos alimentares: o que são e como percebê-los


Todos nós temos alguma predileção por alguns tipos de alimentos e isso é, absolutamente natural, inclusive em se tratando das regiões que moramos, nossos hábitos e costumes; porém, a aversão ou rejeição radical por certos alimentos, precisam ser investigadas!


Mas o quê é um TA -  Transtorno Alimentar? 

- É uma perturbação de ordem psicológica  e/ou mental, geralmente causado por uma combinação de anormalidade biológica, psíquica e/ou de ambientação e é  formado por uma tríade:

* Anorexia nervosa: ocasiona uma perda de peso,  consideravelmente importante, pelo medo compulsivo de engordar e a busca obsessiva pela magreza, causando a evitação da comida;


* Bulimia nervosa: o comportamento é o de compulsão alimentar, seguido de métodos compensatórios que não são adequados, usados para evitar o ganho de peso como:   uso de laxantes, diuréticos, vômitos forçados, exercícios exaustivos e outros comportamentos disfuncionais, caracterizam a bulimia e por fim:


* Compulsão alimentar: o mais comum da tríade, sem o método de compensação da bulimia, onde o indivíduo faz uma grande ingestão de alimentos e perda de controle, e não apenas por gosto ou por fome, mas pela necessidade de comer. Há casos que, repetidas vezes, a pessoa com o TA ingere alimentos gelados ou até mesmo crus, pelo descontrole do hábito alimentar. 


O TARE - Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo, manifesta-se na infância, investigado inicialmente pela recusa na ingestão de frutas e legumes podendo avançar para os demais alimentos. Existem relatos em que crianças comem apenas 2 ou até apenas 1 tipo de alimento. A criança com TARE é diferente, pois ela não aceita comer nem mesmo em festinhas de aniversário; crianças podem escolher o que preferem, mas em certos momentos experimentam outros sabores e em eventos sociais, provam e aprovam comer, por exemplo, pipoca, bolo um suco, por não ser uma criança reativa. Para não se tornar algo mais grave, uma boa dinâmica como orientação aos pais e/ou responsaveis é trazer a criança para o acompanhamento e até ajudar no preparo da comida, sempre com supervisão, óbvio, mas no efetivo interesse em ser colaborativa, a criança pode sentir a textura, cheiros e sabores dos alimentos gerando o interesse por novos alimentos até então rejeitados; essa é uma técnica que geralmente funciona! 


A compulsão alimentar pode até ser comparada ao vício de álcool, tamanha é a gravidade que pode causar para a vida pessoal ou profissional da pessoa, e a família deve ser aliada no processo da observação,  investigação e tratamento do problema que deve ser tratado por uma equipe multidisciplinar mínima, pelo menos  composta por psiquiatra, psicólogo e nutricionista! 


Os profissionais podem ajudar a esclarecer esse sentimento que se confunde entre fobia e necessidade da comida, ao mesmo tempo, o que torna a rotina da pessoa com TA, um sofrimento constante por não saber lidar e impedir uma vida plena, com limitações. 


É um desafio,  enfrentar esses transtornos alimentares já que anorexia pode matar mais que depressão, por causa de complicações clínicas causadas pelos métodos inadequados de evitação, já citados no texto ou por suicídio! 😔


Como experiência, tive uma amiga que perdeu sua vida, ainda muito jovem,  por causa da anorexia, na tentativa de satisfazer uma cobrança social, que virou um obsessão para ela; portanto, atenção, vigilância e atuação com enfrentamento positivo e adequado, ao minimo sinal desses transtornos alimentares, é a melhor maneira de combatê-los! 


Até à proxima semana com votos de muita saúde mental! 🧡

Sobre a colunista


Lucijane Lamêgo Guimarães tem 55 anos e é natural de Manaus (Amazonas). Ela é bacharela em Psicologia pelo Centro Universitário FAMETRO, no ano de 2017. 


Como psicóloga clínica, atua em consultório fazendo psicoterapia com o público de adolescentes, adultos e idosos.

Fonte: escrito por Lucijane Lamêgo para o Porto de Lenha News