O governador Wilson Lima declarou aberta, nesta quinta-feira (18), a 16ª Conferência Anual da Ópera Latinoamérica (OLA), que acontece pela primeira vez no Brasil, na capital do Amazonas, com apoio do Governo do Estado. Manaus, representada pelo Teatro Amazonas, é membro-fundador da OLA e, em 2022, passou a integrar o diretório dos sete teatros que comandam a instituição, fazendo parte da cúpula da agremiação.
Na avaliação do governador, o fato de a conferência estar, pela primeira vez, no Brasil e sendo realizada no Amazonas simboliza um reconhecimento ao trabalho feito pelos artistas e pelo Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, principalmente em um período em que o Festival Amazonas de Ópera completa duas décadas e meia.
“A vinda da OLA para cá é importante para essa troca de experiências entre os artistas, mas também dá um peso muito grande, um reconhecimento, atraindo a atenção de pessoas de outros estados, de outras autoridades. E isso também facilita a captação de recursos junto à iniciativa privada, facilita essa relação que a gente tem construído com o Governo Federal. A Funarte está aqui apoiando uma atividade que é tão importante nessa construção de popularização da ópera, do erudito, de fazer com que a cultura possa chegar a mais pessoas”, declarou Wilson Lima.
Também participaram da solenidade, no Teatro Amazonas, o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz; a presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura), Maria Marighella; o presidente da Academia Brasileira de Música, André Cardoso; a diretora executiva do Festival Amazonas de Ópera, Flávia Furtado; o diretor do Teatro Mayor Julio Mário Santo Domingo (Colômbia), Ramiro Osorio; e a diretora executiva da Ópera Latinoamérica, Alejandra Martí.
O evento é a maior Conferência Anual da Ópera Latinoamérica desde a sua criação, há 16 anos. É a primeira vez que a OLA abre sua conferência para a participação de não membros da rede de teatros de ópera, permitindo a presença de pessoas que fazem parte do mercado da música lírica brasileira.
“Para nós é uma honra imensa estar aqui celebrando, não só o Festival Amazonas de Ópera, mas singularmente a edição da Ópera Latino-América num único evento. A cultura é que faz essa junção acontecer. Quero saudar muito os realizadores, os artistas. A cultura, as artes, é parte da riqueza do povo brasileiro”, afirmou a presidente da Funarte, Maria Marighella, em entrevista à imprensa ao lado do governador Wilson Lima.
Realizada no contexto do 25º Festival Amazonas de Ópera, a conferência em Manaus tem a participação da cúpula da Ópera Latino América, a maior rede de teatros da América Latina e Espanha, além de nomes de expressividade no campo artístico, cultural e econômico, entre os quais a chefe de Economia Criativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington (EUA), Trinidad Zaldivar; o presidente da Academia Brasileira de Música (ABM), André Cardoso; o coordenador artístico da Orquestra Sinfônica Brasileira, Nikolay Sapoundjiev; secretários de cultura, turismo e profissionais da imprensa nacional e internacional.
O encontro busca discutir os desafios da produção de ópera na América Latina, modelos de gestão, possibilidades de coprodução e circulação de óperas na região ibero-americana. Estes e outros assuntos serão abordados em palestras e painéis que estarão na agenda do evento, que acontece até 21 de maio, no Centro Cultural Palácio da Justiça, Centro.
“O Festival Amazonas de Ópera já se configurou como o mais importante Festival de Ópera, talvez, da América Latina. Receber a Assembleia Geral da Ópera Latino-América coloca o Festival num patamar de ainda maior importância. Todos os teatros das Américas vão estar aqui reunidos, conversando, trocando ideias, prevendo co-produções. É de uma fundamental importância essa inserção do Brasil através do Festival nesse cenário internacional da ópera”, disse o presidente da Academia Brasileira de Música, André Cardoso.
Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo, o encontro representa um marco para o Amazonas, que já é referência na área e considerado uma “fábrica de cultura”, representada por sete corpos artísticos, muitos deles formados com o Festival Amazonas de Ópera, evento coordenado e realizado pelo Estado. Apolo destaca que a cena lírica local tem proporcionado o fomento da economia, gerando emprego e renda.
“O Governo do Amazonas recebe a Ópera Latinoamérica, que é uma entidade que atua nessa região da ópera da América Latina. E também agregando a Espanha. Nós estaremos aqui debatendo sobre o mercado da ópera, o mercado da cultura, da economia criativa, trazendo esse debate para tendo a Amazônia como centro deste diálogo”, avaliou o secretário.
Para Marco Apolo, dessa forma é possível transformar o Amazonas nesse centro desse debate para serem traçados caminhos para o desenvolvimento da economia, da cultura, não só no nosso estado, mas em todo o país.
OLA em Manaus
Desde a criação da OLA, em 2007, todos os anos, os representantes dos teatros líricos pertencentes à organização – mais de 40 instituições da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, México, Peru, Uruguai e Venezuela – se reúnem para abordar conjuntamente os desafios e tendências do setor.
A Conferência Anual de Manaus dará continuidade às diretrizes traçadas, ano passado, no Encontro Ibero-Americano de Teatros, realizado no Gran Teatre del Liceu e organizado em conjunto com a “Ópera XXI” - organização de entidades espanholas ligadas à ópera – e na última conferência, realizada no Teatro Colón em Buenos Aires.
O trabalho em rede é o cerne da gestão da OLA, ou seja, colocar em contato teatros, festivais, companhias e agentes de diferentes países para partilhar modelos de gestão, boas práticas e experiências que possam ser úteis, sob diferentes ângulos, aos membros da rede.
Nesse sentido, durante a Conferência Anual em Manaus, especialistas de diferentes entidades - Banco Interamericano de Desenvolvimento, Universidade de Guadalajara, consultoria Teknecultura e IE University - compartilharão seus conhecimentos sobre modelos de gestão baseados em análise de dados. O financiamento também é um tema relevante para os teatros, cuja receita provém – em diferentes proporções – de recursos próprios, contribuições públicas e privadas.
Outro eixo fundamental do trabalho da OLA é promover a colaboração dos teatros na concepção da programação artística, nomeadamente na circulação e coprodução de espetáculos, uma vez que neles convergem elementos importantes para a gestão teatral do século XXI.
Na 16ª Conferência Anual serão apresentados painéis como “A produção e circulação da ópera na Ibero-América” ou “Melhores práticas de produção”, nos quais participarão os diretores dos espaços ibero-americanos que fazem parte da OLA. Também serão apresentados os próximos projetos artísticos que poderão circular ou ser coproduzidos.
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