Vamos conversar sobre esse transtorno, definindo e diferenciando de outros existentes, com sintomas similares, mas que precisam persistir por mais de 1 mês, para ser considerado e diagnosticado como Transtorno de Estresse Pós Traumático.
TEPT é um conjunto de sintomas que aparecem após uma situação traumática causando um intenso sofrimento por possibilitar reviver toda a cena traumática, várias vezes durante o dia, causando a evitação de lugares, pessoas, conversas, músicas, cheiros, toda e qualquer lembrança que remete àquela situação, potencializando a ansiedade e o medo, na rotina da pessoa, limitando-a em todos os sentidos. Não se pode confundir o TEPT, com o estresse agudo, pois quando se experimenta algo desagradável ou até trágico, é muito normal identidicar estresse agudo por um mês, após o ocorrido, porém caso os sintomas persistam para períodos mais longos, o diagnóstico pode ser concluído como estresse pós traumático.
Grande parte das pessoas já passaram por experiências marcantes, tristes, constrangedoras e que deixam cicatrizes profundas no corpo, na mente e na alma, e com isso existem graus de complexidade para tratar o TEPT, visto que nem todos conseguem lidar com esses traumas, especialmente porque a sensação de correr risco de vida, ou até o receio de perder a sanidade mental acontecem com frequência, caso os sintomas não sejam paralisados através de intervenção de um profissional de saúde!
Durante a infância, os traumas sofridos e negligenciados, tendem a piorar e desencadear outros transtornos, à medida que a idade avança, e é potencializado a partir de como foi gerado: se o ato traumatizante veio de alguém próximo, por exemplo, o TEPT avançar para uma depressão e até levar ao suicídio, por isso não se pode deixar de enxergar com relevância, esse tema.
Precisa-se enfatizar que tudo depende de como a pessoa vai enfrentar, interpretar e qual significado dará ao problema em questão, daí a importância de se manter a saúde mental, com crenças positivas de si, do outro e do mundo, apesar das adversidades... Sim, é muito desafiador, mas a recompensa é garantida!
Vamos pensar um pouco na expressão "interpretar" porque a maneira como se interpreta aquele evento atípico, pode ser o diferencial na evolução do quadro, já que nem toda situação de estresse vai significar formação de doença psíquica ou transtorno, ainda que tenha sido ameaça à integridade da pessoa e que tenha trazido prejuízo emocional; e falando nisso, quais os sintomas mais evidentes do TEPT? 🤔 A pessoa que passou pelo sofrimento ou testemunhou pode apresentar memória persistente, sofrimentos psicológicos e reações fisiológicas como: tremores, tonturas, dificuldade de respirar, coração acelerado, sudorese, etc, alterações de cognição - (a pessoa se sente responsável pelo que aconteceu, mudança no humor, medo, raiva, comportamento alerta constante, sempre sobressaltado, esperando por algo de ruim; a desrealização; a despersonalização também são evidentes.
O tratamento deve ser combinado entre psicólogo e psiquiatra, terapêutico e farmacológico.
O psicólogo usa instrumentos adequados e estimula a fala do paciente, pois falar sobre o que causou ou está causando sofrimento é a arma mais positiva para a melhora gradativa dos sintomas, devolvendo para a pessoa a segurança para o enfrentamento e a visão de mundo, antes distorcida, passa a ser reativada de maneira real, onde a interação é necessária para a resolução de tarefas que nos são confiadas; volta o senso de responsabilidade ressignificada a partir daquele evento que deixa de ser um trauma e passa a ser uma memória e uma história de vida a ser compartilhada.
Com a psicoterapia, a pessoa aprende exercícios de relaxamento muscular e respiratório para se acalmar, caso se depare com flashbacks do episódio e também para a recondução do convívio familiar, social e laboral evoluindo para uma vida plena!
- Você já viveu uma situação traumática?
- O que sente quando recorda o evento?
- Você é resiliente?
Pense nisso e receba meu abraço, sem traumas e até à proxima semana! 😀🤝
Sobre a colunista
Lucijane Lamêgo Guimarães tem 55 anos e é natural de Manaus (Amazonas). Ela é bacharela em Psicologia pelo Centro Universitário FAMETRO, no ano de 2017.
Como psicóloga clínica, atua em consultório fazendo psicoterapia com o público de adolescentes, adultos e idosos.
Fonte: escrito por Lucijane Lamêgo para o Porto de Lenha News
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