E a anedonia onde está localizada nesse contexto? Em nenhum lugar, pois significa o oposto desse sentido de felicidade, do sentido de viver, ou seja a anedonia é definida pela incapacidade de sentir prazer, da inércia, da apatia, do descontentamento em realizar atividades que faziam parte da rotina e davam ânimo, alegria e vontade de viver, como um breve passeio em família, com o animal de estimação, tomar um lanche com os amigos, ir ao cinema, a um compromisso religioso, enfim, não existe mais interesse em fazer nada...
A anedonia está intimamente ligada à depressão, e o grande risco da falta de identificação da presença dessa patologia e ser autêntico em reconhecer e saber que: "eu não estou legal" é um dos fatores que aceleram e agravam o processo. O transtorno de humor, a falta de motivação, de fazer acontecer: o realizar! Um simples ato de comparecer a um evento, uma festa, ir ao shopping ao mercado, tarefas que antes davam prazer, agora com a presença da anedonia, causam paralisação... tudo isso é sobre anedonia, produtora de tristeza, ausência na pulsão de vida, depreciação do humor ligada ao comportamento de "nada a fazer"... Mas tem uma diferença em não fazer nada para um descanso saudável do corpo e da mente, apenas para dar um tempo aos neurônios e a pessoa possa relaxar, fazer higiene mental, refletir, ler, respirar... essas ações representam um "fazer nada, bem feito", da maneira certa e louvável, de tal forma que os pensamentos passam, vem e vão sem causar dano algum; porém, o fazer nada na ociosidade, sem ações concretas, apenas e tão somente para contemplar pensamentos negativos e torná-los companheiros desastrosos, angustiantes, pode ser, para a anedonia, a reversão e inversão de valores que os pensamentos produzem para o indivíduo, com a negatividade em alta trazendo a certeza de que absolutamente nada pode ser prazeroso; e quanto mais esses pensamentos e emoções não são entendidos, quanto mais não se fala do que incomoda, a pessoa dá permissão para a mente ruminar as lembranças, memórias ou imaginação para extrair sensações de amargura, luto e que vai abastecendo o dia a dia e alimentando a anedonia, aumentando a incapacidade de sentir prazer, de sorrir, de se importar com a perda de alguém ou em ganhar o prêmio da mega sena, por exemplo... tudo se torna nada, sem expressão de alegria ou tristeza. Sim, é dessa forma que uma pessoa reage: tanto faz pois nada é interessante e muito menos tem importância!
A anedonia tira da pessoa qualquer perspectiva de buscar um tratamento pela incapacidade de enxergar uma saída, uma luz no fim do túnel e a esperança que todo tratamento pode proporcionar; nem sempre é só pela depressão que essa patologia aparece, mas o sofrimento de abuso, seja ele qual for, o uso de drogas e álcool, transtornos alimentares ou traumas (temas já descritos em textos passados), também podem produzir anedonia. E como pode ser tratada? Primeiramente, buscando as causas para o surgimento de toda essa apatia, para que as portas se abram à reformulação do modo de interpretar o episódio, para que assim possa ressignificar pensamento, atitude e comportamento, mas caso necessite, o uso de medicamentos pode ser necessário e associado às sessões de psicoterapia.
Existe também o disfarce: Não podemos aceitar em nós, uma falsa alegria, de vivermos um personagem, que para mostrar contentamento nas redes sociais, acreditar que postar fotos e frases para agradar e dar satisfação aos outros, sem estar condizente com sua realidade, possa trazer alguma realização de prazer, porque depois da aparência, vem a realidade e isso pode trazer ainda mais tristeza para quem não reage ao mal e enfrenta essa indiferença!
Não deixe o "tanto faz" tomar conta de você... alegre-se ou entristeça-se, contanto que seja real e não ilusório e busque tratamento, quando tiver a certeza de que sua realidade pode ser melhor, de que a vida deve e precisa ser funcional e ter um excelente e verdadeiro significado; o prazer não só pelo "prazer," mas pelo direito e simplicidade de ter paz e ser feliz!
Até à próxima semana, com um novo tema para reflexão!
Sobre a colunista
Lucijane Lamêgo Guimarães tem 55 anos e é natural de Manaus (Amazonas). Ela é bacharela em Psicologia pelo Centro Universitário FAMETRO, no ano de 2017.
Como psicóloga clínica, atua em consultório fazendo psicoterapia com o público de adolescentes, adultos e idosos.
Fonte: escrito por Lucijane Lamêgo para o Porto de Lenha News
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