A terapia de casal serve para ajudar a esclarecer e chegar a decisões ou soluções satisfatórias aos mais diversos conflitos conjugais e familiares, mas não se pode afirmar, obrigatoriamente, que o casal vai decidir pela reaproximação, embora esta seja a vontade e o anseio do terapeuta... a reconstrução da vida conjugal, nem sempre é o resultado final. A permanência do relacionamento é o desejo do terapeuta, porém não pode prevalecer e nem se deixar influenciar pelo casal, mas sim o bem estar dos dois e de sua família! Por isso, o terapeuta deve ser suficientemente eficaz e profissional nessa mediação!
A Gestalt terapia (abordagem que escolhi para trabalhar em psicologia) apropria-se de uma oração para todas as relações, especialmente, a conjugal, leiam para reflexão:
"Eu faço as minhas coisas, e você faz as suas.
Não estou neste mundo para satisfazer as suas expectativas, e você não está neste mundo para viver conforme as minhas.
Você é você, eu sou eu.
E se por acaso nos encontrarmos, é lindo!
Se não, nada há a fazer!"
* Fritz Perls
Um de frente para o outro, lendo calmamente essa oração, pode-se iniciar a terapia, propriamente dita, com o terapeuta da Gestalt, pedindo ao casal que pontuem as potencialidades e habilidades de cada um, e em seguida pontuando tudo quanto já fizeram, fazem ou poderão fazer juntos!
Essa dinâmica, tenta evidenciar que muitos focam no que não está bom, desprezando tantas outras atitudes efetivamente positivas... E a partir daí perdem o verdadeiro contato com o outro, à medida que vão convivendo, sem um tempo padrão para isso. Com uns casais, muito precocemente, com outros após bastante tempo de convivência, porém é relevante observar os primeiros sinais desse distanciamento 🤔
Podemos citar como sinais, a falta de comunicação; distorção nas falas; ausência de diálogo, troca de ideias; divergências constantes de gostos e vontades, de sonhos e projetos, e nesse momento é aconselhável buscar um profissional que, sem tomar partido, oferecendo um ambiente propício para o casal desabafar sobre as questões que os afligem, torna-se salutar!
O maior objetivo na terapia é promover qualidade de vida ao casal, e para a dinâmica conjugal, contribuindo para que os conflitos conjugais possam ir renovando e ressignificando a comunicação para um momento mais saudável e aconchegante.
Existe a possibilidade de um dos membros apresentar problemas pessoais que possam atingir, diretamente, a relação conjugal e, nesse caso, a psicoterapia individual é mais aconselhável, podendo até despertar no outro, a vontade de participar da terapia, já que as boas mudanças tendem a acontecer!
O terapeuta rem o papel de intermediador entre o casal e facilitador do bom entendimento, já que os dois, tomado por fortes emoções, não conseguem enxergar saídas e o melhor caminho, porque nesse período conflituoso, eles até evitam enfrentar um embate que gera discussões podendo evoluir para ofensas e um desconforto emocional para ambos. O terapeuta mediando, sem ser juiz, mas colocando as palavras corretas e dispondo de uma dinâmica com empatia, as chances de se conseguir um bom resultado, são grandes.
As rotinas carregadas, atividades desiguais, diferença de idade, nascimento e educação dos filhos, questões financeiras, sexuais e culturais são alguns dos motivos pelos desentendimentos constantes.
Os benefícios são identificados quando a comunicação recomeça através do olhar que enxerga, da fala que é escutada, do toque que é sentido, da preocupação que é compartilhada e das satisfações que são vividas juntos, são logo perceptíveis com o avanço da terapia, sem deixar a vida pessoal de escanteio.
Só se ama aquilo ou quem se conhece e admira!
Não se busca "culpados' mas sim, toma-se para si, a responsabilidade de tornar o dia a dia mais leve e a vida mais prazerosa!
Viva feliz ou vivam felizes!
Até a semana que vem!
Sobre a colunista
Lucijane Lamêgo Guimarães tem 55 anos e é natural de Manaus (Amazonas). Ela é bacharela em Psicologia pelo Centro Universitário FAMETRO, no ano de 2017.
Como psicóloga clínica, atua em consultório fazendo psicoterapia com o público de adolescentes, adultos e idosos.
Fonte: escrito por Lucijane Lamêgo para o Porto de Lenha News
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