Já ouviu falar sobre TPB?
Conhecido também como Transtorno de Personalidade Limítrofe, e tem como sinônimo a "intensidade", caracteriza-se por um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, flutuações extremas de humor e impulsividade, instabilidade na autoimagem, e outras características, pode ser tratado com psicoterapia, associada a fármacos.
Os sintomas mais frequentes nesse quadro são:
👉🏼 autoimagem deturpada - visão irrealista do próprio corpo que não condiz com a realidade;
👉🏼 autossabotagem - colocar obstáculos nas tarefas importantes que só a própria pessoa pode realizar;
👉🏼 impulsividade - estímulo nervoso e mental que provoca uma espécie de reação;
👉🏼 irritabilidade - estado emocional ocasionado por estímulos que provoquem raiva ou frustração;
👉🏼alterações de humor (por isso é confundido com transtorno bipolar) - mudança repentina de emoções;
👉🏼 idealização do relacionamento - enxergar no outro o que você deseja e não as reais qualidades que a pessoa apresenta;
👉🏼comportamentos suicidas - pensamentos de morte, ideação suicida, tentativa ou o suicídio consumado;
👉🏼 medo do abandono - fazem esforços para evitar o abandono e geram crises, como tentativas suicidas; por vezes, o afastamento de todos, por medo de ser abandonada;
👉🏼episódios depressivos por manter o olhar para o passado - olham através da lente de seu passado traumático e dá o significado de que tudo pode terminar em um abuso, negligência ou estresse emocional.
A principal característica de quem é diagnosticado com TPB é a instabilidade, pois mudam de humor constantemente, passando por um quadro de extrema alegria (euforia) para a depressão (tristeza), no mesmo dia, quase que no mesmo instante, pois a sensação de vazio crônico, por idealizar a imagem das pessoas, podem trazer para elas o sentimento conflituoso de amor imenso e ódio profundo (dependendo da contrariedade ou frustração), pois gritam, brigam e depois reaparecem naquele ambiente como se nada tivesse ocorrido; têm atitudes impulsivas que prejudicam a saúde, e até chegam a se automutilar, fazendo cortes no corpo para se penalizar ou aliviar o sofrimento, durante um surto.
A diferença do Borderline para o bipolar é que o Borderline é um transtorno de personalidade e o bipolar é um transtorno de humor, portanto, essas semelhanças clínicas podem levar a um diagnóstico equivocado, prejudicandoo tratamento. É bem desafiador fazer essa diferenciação, mas uma das observações necessárias, é para a velocidade na mudança do humor. Vejamos: o Borderline tem uma constância dessa instabilidade e pode acontecer várias vezes durante o dia, por não ter facilidade em lidar com as frustrações e problemas rotineiros, tornando-os muito maiores e intensos - já no transtorno bipolar, o humor muda e fica regular por semanas ou até meses, podendo ser modificado e pela constância é identificado que o comportamento daquela pessoa teve uma mudança brusca e permaneceu assim, o que não acontece com o Borderline; outra característica muito marcante que diferencia os dois transtornos é o medo exagerado do abandono; o Borderline pode interpretar, erroneamente, uma saída momentânea, com abandono (que para a pessoa é contínuo e crônico, e isso não acontece com quem tem transtorno bipolar; dificuldade em controlar a raiva, também é outro sinal que diferencia porqueo Borderline por ser muito intenso é mais impulsivo e irritado e não controla essas emoções mais fortes.
Vale lembrar que relacionamento não tem a ver com bipolaridade e sim com Borderline, pois é sobre personalidade que se refere, a comportamentos de envolvimentos excessivos, até confundindo com a manipulação do outro.
A possibilidade de viabilizar o relacionamento de uma pessoa com TPB com outra é a terapia de casal, mas o uso de medicamentos é muito usual como estabilizadores de humor, antidepressivos, ansiolíticos e até mesmo antipsicóticos, mas a psicoterapia é imprescindível!
E então, você conhece alguém com esse transtorno?
Comenta aqui!
Até a semana que vem! 👋🏼
Sobre a colunista
Lucijane Lamêgo Guimarães tem 55 anos e é natural de Manaus (Amazonas). Ela é bacharela em Psicologia pelo Centro Universitário FAMETRO, no ano de 2017.
Como psicóloga clínica, atua em consultório fazendo psicoterapia com o público de adolescentes, adultos e idosos.
Fonte: escrito por Lucijane Lamêgo para o Porto de Lenha News
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