O suicídio tem um peso muito grande por causa do estigma social e acaba sendo um assunto que a sociedade não quer abordar, porque é um ato que a maioria desaprova, por não conseguir entender, e em consequência do inexplicável, acontecem os julgamentos e vira uma cadeia de emoções confusas, ao ponto de nem encontrar as palavras para amenizar a dor, o susto, o desespero dos familiares, principalmente; mesmo o enlutado evita falar sobre o assunto, porque nasce um mix de sentimentos como a vergonha, por exemplo, justamente por causa das "opiniões" dos outros; a culpa também é um fator que prevalece, inclusive, quem me conhece sabe que nem gosto de usar essa expressão e sempre substituo por - responsabilidade - mas vou utilizar a culpa no texto de hoje, porque é assim que alguns enlutados se sentem, por ser uma realidade tão pesada de carregar, já que vem o momento das reflexões, ainda que equivocadas, mas elas surgem dessa forma: "quanto deveria ou eu poderia ter feito, e não fiz? Como não percebi nenhum sinal? O quê eu fiz para ele(a) ter tirado sua vida?" e outros questionamentos que são feitos e geralmente, são culpas carregadas injustamente, sem razão de ser, porque a pessoa levou os reais motivos com ela, ainda que deixe cartas de desabafo, mas sempre haverá algo que só ela e Deus sabiam!
Um outro sentimento muito evidente é o de rejeição e abandono, por pensar que quem se matou sabia quanta tristeza e dor essa partida ai deixar, porque o enlutado não consegue mensurar, o quanto de sofrimento aquela pessoa tinha para tomar a decisão e desistir, então a autoestima, a autoconfiança, a expectativa de futuro, tudo o que se precisa para seguir adiante, vai ladeira abaixo, pois o luto por suicídio é un dos mais complicados que existe, pois pode parecer esquisito, mas até o sentimento de raiva brota... sim, raiva, mesmo que o enlutado não admita, mas é natural sentir, pela impotência de ação, por não entender a causa real de ter acontecido com sua família e ainda tem familiar que sente "culpa" por ter raiva e vai virando uma bola de neve; a sensação de não ser compreendido em todos essa mistura de sentimentos e emoções porque, para quem não passou por essa experiência tão trágica, tão chocante, o diálogo sobre o assunto tende a ser desviado, mesmo que o enlutado tente conversar para sentir algum alívio ou até para sentir como o meio social está reagindo a tudo, porém é interrompido, como se quisessem protegê-lo da vida real... mas mesmo assim eu sugiro: não deixe de pedir ajuda; procure um profissional que fará a escuta e o direcionamento adequados, até porque cada um já convive com seus próprios problemas, e pelo suicídio ser tratado como um tabu; porém não suporte esse luto sozinho, é muita carga emocional, mas é essencial que o enlutado tenha certeza de que mesmo a ferida demorando para cicatrizar, há meios de sobrevivência à tempestade que o abalou - a escuta, o resgate de lembranças e o compartilhamento de dúvidas acerca dos possíveis motivos do ato suicida, são movimentos coletivos que devolvem a reconciliação ao processo individual.
Fale sobre a pessoa que se foi, caso o enlutado queira... a história dos familiares e amigos se manterá viva, através das suas ações e a existência de quem se foi permanecerá em você, por meio da sua vida, honrando a memória de quem partiu.
Algumas formas de carinho por quem está enlutado:
🎗️ Sinto muito pelo que aconteceu 🥹
🎗️ Sinto muito que ele tenha morrido 🥹
🎗️O que posso fazer para lhe ajudar a passar por essa fase, para melhorar seus dias? 🥹
🎗️ Estamos juntos; do que você precisa? 🥹
Não determine o tempodo luto do outro; não modifique os cômodos da casa, a não ser que o parente ou o sobrevivente peça; não torne o nome daquele que se matou, um tabu; o sobrevivente/enlutado merece condolências, respeito e privacidade, caso prefira!
Quem está longe e não entende pode até julgar, mas quem está perto compreende e pode transformar dor em amor!
"Se tem vida, tem jeito!"
Sobre a colunista
Lucijane Lamêgo Guimarães tem 55 anos e é natural de Manaus (Amazonas). Ela é bacharela em Psicologia pelo Centro Universitário FAMETRO, no ano de 2017.
Como psicóloga clínica, atua em consultório fazendo psicoterapia com o público de adolescentes, adultos e idosos.
Fonte: escrito por Lucijane Lamêgo para o Porto de Lenha News
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