Em Manaus, projeto leva apresentações de teatro ‘lambe-lambe’ e oficinas às escolas públicas do Ensino Fundamental de 8 a 12 de abril


 

O projeto “Amélia e a Flor - Circulação de Teatro Lambe-Lambe nas Escolas”, da Menina Miúda Produções Artísticas, irá realizar seis apresentações e oficinas de teatro ‘lambe-lambe’ em escolas públicas do Ensino Fundamental localizadas em bairros periféricos de Manaus. As apresentações irão acontecer do dia 8 a 12 de abril. As escolas que irão receber as apresentações são a Escola Estadual Antogildo Pascoal Viana, CETI - Marquês de Santa Cruz, Escola Municipal Antônio Medeiros Da Silva, Escola Estadual Ângelo Ramazzotti, Escola Municipal Antísthenes de Oliveira Pinto e IV CMPM - Escola Estadual Áurea Pinheiro Braga.

O projeto busca promover a descentralização das apresentações teatrais de Manaus, oportunizando o consumo cultural de crianças e adolescentes de outras regiões da cidade. “É importante salientar também que a importância desse projeto é oportunizar, por meio da arte, uma intervenção artística na rotina dos alunos e alunas das zonas da cidade de Manaus por meio do espetáculo. A arte transforma a realidade do indivíduo, da comunidade em que vive, além de mobilizar uma região inteira através de sua cultura”, comenta o ator Cairo Vasconcelos, diretor do projeto.

O espetáculo a ser apresentado nas escolas, intitulado “Amélia”, conta a história de uma mulher que se encontra presa num sótão para se proteger de uma guerra que domina o mundo, e sua única companhia é uma flor chamada Amélia.  Mas neste sótão existe apenas esta mulher e suas caixas vazias. “Seria Amélia real ou pura fantasia da mente desta mulher? Há que ponto as situações que acontecem em nossa vida são reais ou fantasias?”, questiona o ator.

Sobre o cenário

Os elementos cênicos do espetáculo são pensados no formato do teatro em miniatura. “Encontrar ideias e materiais que pudessem representar a cenografia, mostrar o local onde se passa a peça, foi um desafio muito prazeroso. Isso porque tive que buscar ideias para um teatro em miniatura. A iluminação do espetáculo é toda adaptada para caber em uma pequena caixa de madeira, onde será encenada a peça de 1min30”, comenta Cairo.

A boneca foi feita pela artista e artesã Claudia Marques, utilizando massa de porcelana fria ou massa de biscuit, como é conhecida. “Foi feita uma pesquisa intensa e bastante recompensadora. A boneca é toda articulada, movendo mãos, pernas, cabeça e joelhos. Foram feitas quatro modelos de bonecas para se chegar ao modelo atual que utilizaremos no espetáculo. Tudo isso para levar um espetáculo lúdico e poético para quem assistir”, complementa Vasconcelos.

Já a sonoplastia do espetáculo é inspirada em sons de guerra e em músicas clássicas de maestros que enfrentaram guerras. “Nesse tipo de linguagem de teatro em miniatura, a sonoplastia é compartilhada por meio de fone de ouvidos para quem estiver assistindo e para quem estiver manipulando. Com isso, buscamos tornar o momento mais intimista possível e levar aos espectadores a imaginação do mundo mágico do teatro ‘lambe-lambe’”, afirma o diretor.

Oficina e debate

A oficina de teatro ‘lambe-lambe’ e o debate sobre o espetáculo "Amélia" acontecem logo após a apresentação da obra em cada uma das escolas e têm como objetivo principal oferecer aos estudantes uma experiência educativa e criativa após a apresentação do espetáculo. Ministrada pelo encenador e lambe-lambeiro Cairo Vasconcelos, a ideia é aprofundar o entendimento sobre o teatro ‘lambe-lambe’ e estimular a expressão artística entre os participantes, que são alunos do Fundamental II, com idade entre 14 e 16 anos. Cada sessão tem duração de uma hora e trinta minutos, com 30 vagas disponíveis.

A dinâmica da oficina começa com uma breve recepção e introdução, dedicando cerca de 15 minutos para dar as boas-vindas aos participantes e contextualizar sobre o teatro ‘lambe-lambe’ e o espetáculo "Amélia". Em seguida, durante aproximadamente 30 minutos, há uma apresentação e discussão sobre o gênero teatral, abordando seu histórico, conceito e técnicas de manipulação de bonecos e objetos. A importância e a linguagem desse tipo de teatro na cultura artística também são debatidas.

“O foco então se volta para o debate sobre o espetáculo ‘Amélia’, reservando cerca de 20 minutos para análise e reflexão sobre seus elementos, como narrativa, personagens e mensagem transmitida. Os estudantes têm a oportunidade de compartilhar suas impressões e interpretações. Em seguida, há uma oficina prática de manipulação de bonecos, com duração de 25 minutos, onde os participantes são incentivados a participar ativamente”, afirma Vasconcelos.

Para estimular a criatividade dos alunos, há um espaço de 20 minutos dedicado à criação de histórias utilizando os bonecos, com orientação e apoio dos facilitadores durante o processo. Finalmente, os estudantes têm a oportunidade de apresentar as histórias criadas por eles mesmos, encerrando a atividade com considerações finais, agradecimentos e convite para futuras atividades culturais.

Essa é a primeira circulação do projeto nas escolas de Ensino Fundamental neste ano. “Esperamos o feedback dos estudantes, professores e técnicos das escolas sobre o projeto e quem sabe, conseguir uma segunda circulação em mais locais da cidade. Recebemos alguns convites de professores para levar o projeto para suas escolas, mas no momento estamos focados em tornar essa primeira circulação memorável aos estudantes”, completa Cairo.

Sobre o gênero

O gênero de teatro ‘lambe-lambe’ nasceu na capital baiana, em 29 de setembro de 1989, criado pelas arte-educadoras Denise di Santos e Ismine Lima. A técnica do teatro ‘lambe-lambe’ utiliza uma pequena caixa cênica, portátil, dentro da qual é encenado um espetáculo, que em geral tem curta duração, com a utilização de bonecos ou outros objetos que são animados.

O gênero recebe o nome de teatro ‘lambe-lambe’ por ser inspirado nos fotógrafos de rua das décadas de 1940 a 1960, que utilizavam máquinas em forma de caixa e para revelar a foto tinham que lamber o negativo, por isso o nome ‘lambe-lambe’. Para um melhor entendimento, pode ser chamado de teatro em miniatura ou teatro de bonecos, apesar de ter uma forma própria.

 

Calendário de apresentações

 

DATA: 08/04 – SEGUNDA

ESCOLA:  Escola Estadual Antogildo Pascoal Viana

ENDEREÇO:  Av. Jerusalém, 221 - Novo Israel, Manaus - AM

Horário: 7h40

 

ESCOLA: CETI - Marquês de Santa Cruz

ENDEREÇO: Rua Virgílio Ramos, S/N - São Raimundo, Manaus – AM

Horário: 14h

 

DATA: 09/04 – TERÇA

ESCOLA: Escola Municipal Antônio Medeiros Da Silva

ENDEREÇO: Av. Peixe Cavalo, Tarumã-Açu, União da Vitória – Manaus. AM

HORÁRIO: 13H30

 

DATA: 10/04 - QUARTA

ESCOLA: Escola Estadual Ângelo Ramazzotti

ENDEREÇO: Praça Nossa Senhora de Nazaré, s/n - Adrianópolis, Manaus – AM

HORÁRIO: 13H30

 

DATA: 11/04 – QUINTA

ESCOLA: E.M. Antísthenes de Oliveira Pinto

ENDEREÇO: Rua 9 nº 101 Com.Alfredo Nascimento - Cidade de Deus, Manaus - AM

HORÁRIO: 13H45

 

DATA: 12/04 - SEXTA

ESCOLA: IV CMPM - Escola Estadual Áurea Pinheiro Braga

ENDEREÇO: Rua dos açaizeiros, Gilberto Mestrinho (próximo ao IFAM Campos Manaus Zona Leste)

HORÁRIO: 14h

Fonte: com informações da assessoria de imprensa