Em continuidade às ações do Caminhos das águas – fortalecendo fazeres e saberes artísticos e culturais, o curso de formação voltado para artistas, arte-educadores, educomunicadores, agentes culturais, mestres e mestras de saberes chega a Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus).
A atividade é uma ação do Governo Federal, Ministério da Cultura (MinC) – por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (SEFLI) – e da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), com parceria local da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
O curso é aberto e gratuito, acontece entre os dias 3 e 7 de junho, de forma presencial, das 8h às 16h30, no auditório do Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (Cestb/UEA). Para participar é necessário ser maior de 16 anos, ser articulador (a) e/ou fazedor (a) artístico cultural, artista, arte-educador ou educomunicador, com prioridade a pessoas ribeirinhas, indígenas e quilombolas. Os inscritos serão informados da confirmação de inscrição na sexta-feira (31/05), no e-mail usado na inscrição.
Não há limite de idade para participação. Ao todo, o curso tem 40 horas de conteúdo, abordando os temas: Contação de Histórias como movimento da realidade; Laboratório Cultura Maker e Cultura Digital; e Arte e Educomunicação como expressão de identidades, diversidade e acessibilidade. Complementa o curso o módulo Laboratório de Elaboração de Projetos, que tem o objetivo de incentivar os participantes a produzir projetos para fortalecimento da Arte, Cultura e Educação locais, para participar de editais de fomento.
Pelos rios: cultura, diálogos e formação
O projeto Caminhos das Águas, parceria do Ministério da Cultura com a UFMT, está inserido no Programa Olhos D’Água e reforça a valorização de saberes artísticos e culturais de cada região do Brasil em sua diversidade e riqueza, fortalecendo, também, a percepção social e o diálogo, fundamentais nesta abordagem da inter-relação Arte e Educomunicação.
Para o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba, o projeto Caminhos das Águas compõe a política de formação artística e cultural do MinC no âmbito do programa Olhos D’Água.
A força deste projeto, explica Fabiano Piúba, é sua conexão com territórios que denominamos de caminhos das águas, seguindo rotas de rios e afluentes nas cinco regiões do país, compreendendo a relação orgânicaentre cultura e natureza como vitais para a formação de repertórios, a realização de ações de arte e cultura e a elaboração de estratégias de comunicação.
“Artistas, agentes culturais, educadores, professores, comunicadores e agentes sociais, poderão fazer a diferença em suas comunidades e ambientes de atuação, dando sentido aos seus processos educativos e culturais como dimensões importantes para o desenvolvimento sustentável de seus próprios territórios”, afirma o secretário.
“Tudo soma para a construção de ecossistemas educomunicativos a partir de conteúdos artísticos com ênfase em valores como democracia, alteridade, amizade, virtudes, relações sociais, empatia, entre outros que contribuam para a construção de uma sociedade justa e equalitária”, destaca Maurício Virgulino, coordenador educativo do projeto.
Também coordenadora educativa, Amanda Cuesta conta ainda que o projeto Caminhos das Águas busca promover a democratização do acesso aos processos de produção e difusão de conhecimento em cultura e arte, com foco na formação em áreas artístico-culturais e na promoção da descentralização dos processos de formação no campo artístico-cultural no território nacional.
“O projeto realiza assim dez formações em dez localidades brasileiras buscando alcançar as populações de povos ribeirinhos, quilombolas, indígenas e periféricos em encontros de uma semana de duração, com artistas, arte educadores e educomunicadores capacitados para abordar temas artísticos culturais, que sensibilizam e ampliam o repertório, e conteúdos na elaboração de projetos, para a qualificação de profissionais na área para editais e premiações”, complementou.
Para o reitor da UEA, André Zogahib, sediar um evento dessa grandeza no Centro de Tabatinga é uma honra para a instituição. “A UEA surgiu com foco na formação para o interior do Amazonas. E receber e sediar o curso ‘Caminhos das águas’, com o intuito de fortalecer a formação da população de Tabatinga sobre Arte e Comunicação, é salutar. Construir vínculos e parcerias voltadas às nossas tipicidades e peculiaridades envolvendo os que serão os principais beneficiados no processo, é algo que muda a vida e a realidade das pessoas no processo de formação intelectual”, destacou.
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