Nesta terça-feira (24/09), a 18º edição da Primavera de Museus movimentou as instalações do Centro Cultural Palacete Provincial, situado na praça Heliodoro Balbi, S/N, no centro de Manaus. Com a temática ‘Museus, acessibilidade e inclusão’, a programação permite aos visitantes o acesso aos espaços museais, facilitando a participação nos eventos, que são gratuitos e com classificação livre.
A 18ª Primavera dos Museus iniciou na segunda-feira (23/09), e se estende até 28 de setembro, em horários variados. O evento é uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e recebe o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. As atividades ocorrem em diferentes espaços culturais do Governo do Amazonas.
“O tema deste ano trabalha a inclusão, mas para ter inclusão a gente precisa ter acessibilidade nos nossos espaços, dar oportunidade a todos os tipos e diferentes públicos, o acesso para visitar as nossas exposições, as nossas galerias, os espaços museais e ter a oportunidade de aprender um pouco sobre a topologia dos museus”, explica Aline Santana, diretora do Departamento de Museus da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
Aline destacou que o Palacete Provincial, um edifício centenário tombado, conta com acessibilidade, incluindo um elevador e uma plataforma elevatória. Permitindo que cadeirantes, pessoas com deficiência, gestantes e idosos possam visitar e aproveitar as atividades do espaço.
Cardápio e exposição em Braille
Na segunda-feira (23/09), foi lançado o cardápio em Braille do Café Provincial, situado nas dependências do Palacete. O cardápio foi desenvolvido com o apoio do gerente da Biblioteca Braille, Gilson Mauro, que participou ativamente da sua elaboração. A iniciativa surgiu em resposta à demanda de pessoas com deficiência visual, proporcionando a elas acesso ao Café Provincial e aos museus.
“É uma inovação, é uma oportunidade que o público tem, os deficientes visuais, de não se sentirem excluídos, pelo contrário, ter uma opção para eles, com o acesso a um cardápio em Braile.” enfatiza a diretora.
O acervo do Museu de Numismática, que funciona no Palacete Provincial, está oferecendo uma série de atividades especiais, incluindo a exposição “Braille, o Sistema da Inclusão” e uma visita mediada.
Dênio Mota, gerente do Museu de Numismática Bernardo Ramos, explica que o objetivo é promover a inclusão e dar condições às exposições, aos serviços e equipamentos para que todos possam usufruir das experiências com autonomia. Além de entender a pluralidade das pessoas para garantir que as diferenças não se tornem barreiras, pois toda diversidade deve ser acolhida.
“Todos os visitantes terão a oportunidade de vivenciar essa experiência através do tato, com a ponta dos dedos eles poderão entrar nesse mundo tão restrito, assim farão uma reflexão que a acessibilidade e inclusão é fundamental para a quebra dessas barreiras.” salienta o gerente.
A exposição conta com a presença de uma medalha de bronze comemorativa do Brasil, em homenagem aos 150 anos da publicação do Sistema Braille.
Além disso, foi disponibilizada uma descrição da medalha em Braille, possibilitando que as pessoas com deficiência visual possam ler e aprender sobre a peça. Esse sistema é baseado na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas e três linhas, o sistema braille compõe 63 caracteres diferentes, que representam as letras do alfabeto, os números, sinais de pontuação e acentuação, a simbologia científica, musicografia, fonética e informática.
Exposição de fotografia
Com o início da 18° edição da primavera de Museus no Palacete Provincial, a Pinacoteca do Amazonas realizou mais uma exposição com a Escola Estadual de Tempo Integral Lecita Fonseca Ramos, que trouxe, por meio da fotografia, uma perspectiva barroca com os trabalhos dos alunos da disciplina de Artes na exposição intitulada: “Ressignificando saberes segundo a perspectiva barroca”.
A exposição conta com a participação de mais de 100 alunos da escola, além do grande público visitantes do dia. A exposição ficará em cartaz até 23 de outubro, nos corredores do Palacete Provincial (Praça Heliodoro Balbi, S/N – Centro), de 9h às 15h, seguindo o horário de funcionamento do espaço.
Uma das fotografias destacadas foi da aluna Clivia Vieira, que fez uma releitura da obra do pintor italiano Guercino: a obra “Santa Margarida”, retratada pela colega “Senhorita” Amorim, evidenciando a essência do barroco.
Durante o projeto sobre a arte barroca, os alunos foram incentivados pela professora a explorar obras que os fascinaram. Clivia diz que encontrou a amiga “Senhorita” Amorim, cuja trajetória pessoal é profunda e a impressionou porque se conecta com as histórias que queria contar e, então, começou a buscar objetos que representassem essa arte.
“Me senti maravilhada do que aconteceu, a professora deu início a mais uma exposição para estar aqui criando oportunidades para nossos alunos que estão lá na escola agora, e estou representando eles agora. Logo eles vão estar vindo aqui expondo mais artes.” comentou Clivia, segundo ela, a composição dos materiais incluiu a escolha cuidadosa de roupas e elementos visuais para a exposição.
Conhecendo a numismática
No Museu da Numismática, os turistas e visitantes fizeram uma imersão por todos os continentes, através de uma visita mediada, feita pelos monitores de turismo.
Todos tiveram a oportunidade de conhecer a economia, a cultura de um povo, de um país, através das moedas, cédulas, medalhas, condecorações, dentre outras peças que fazem parte do acervo do Museu de Numismática Bernardo Ramos.
Ocorreu também uma visita mediada com alunos de escolas públicas pelos espaços museais do Centro Cultural Palacete Provincial, acompanhados por monitores de turismo. Essa atividade proporcionou aos alunos uma oportunidade única de explorar e aprender sobre a rica história e cultura que o museu oferece, ressaltando a importância da educação cultural e da inclusão no ambiente museal.
Atividade interativa na Pinacoteca
Na Pinacoteca do Amazonas, pela manhã houve uma oficina com a temática “Experiência inclusiva de arte tátil na Pinacoteca do Amazonas", com práticas e ensino de Arte em gravuras com recursos do dia a dia para turmas escolares infantis e de educação especial, onde puderam compreender esse processo artístico e desenvolver suas primeiras gravações.
Pela tarde, com o mesmo intuito a atividade desenvolvida foi a criação de Arte tátil com práticas de ensino-aprendizagem incentivando a criação de Arte por meio de texturas que os tornam visíveis a quem não pode enxergar, quebrando as barreiras artísticas das produções bidimensionais e promovendo a inclusão.
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