O Ministério Público Federal (MPF) intensificou a pressão sobre a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) para que áreas habitadas por indígenas isolados no Amazonas sejam interditadas. A recomendação pode impactar diretamente grandes empreendimentos e até alterar a dinâmica econômica e social de municípios da região.
De acordo com o site BNC, uma das áreas em questão é a região do igarapé Caribi, nos municípios de Silves e Itapiranga, onde há exploração de gás e petróleo. A operação, avaliada em R$ 6 bilhões, é sustentada pela Eneva. Apesar de uma expedição da Funai não ter identificado a presença de povos isolados, evidências apresentadas por uma ONG, incluindo fotografias e artefatos, motivaram a recomendação.
Os procuradores Fernando Merloto Soave, Eduardo Jesus Sanches e Daniel Luís Dalberto assinaram a Recomendação Legal nº 03/2024, destacando a necessidade de interdição imediata tanto no igarapé Caribi quanto na região do Mamoriá Grande, no município de Lábrea. A medida deve ser implementada por meio de portarias de Restrição de Uso, previstas no Decreto nº 1.775/96, que impedem atividades econômicas e limitam o acesso às áreas.
Impactos
Caso a Funai publique as portarias, as atividades econômicas na região, incluindo exploração de gás e extração de madeira, serão suspensas. Além disso, as populações de Silves (12.404 habitantes) e Itapiranga (17.149 habitantes) poderão ser realocadas, transformando as cidades em potenciais “cidades-fantasmas”. A medida também ameaça o abastecimento de energia de Roraima, já que 70% da energia do estado é gerada pela usina Jaguatirica II, que utiliza gás da região.
O MPF justifica a recomendação com base nos princípios de prevenção e precaução, alegando que o contato com povos isolados pode gerar ameaças irreversíveis à saúde e à sobrevivência dessas comunidades, principalmente devido à vulnerabilidade a doenças. A recomendação exige que a Funai exerça seu poder de polícia para proteger os indígenas e controlar o acesso às áreas.
Prazo
A Funai tem 10 dias para responder ao MPF e detalhar as medidas adotadas. Caso não acate a recomendação, seus dirigentes poderão ser responsabilizados judicialmente por omissão.
“O objetivo é resolver a questão de forma rápida e dialogada, conferindo à Funai ciência inequívoca de sua obrigação de proteger os povos indígenas afetados”, reforçam os procuradores no documento.
Reações
O MPF também solicitou que ONGs como CPT, Coiab, Apib e Cimi sejam informadas sobre a recomendação. Contudo, empresas interessadas nos empreendimentos, como Eneva e Mil Madeiras Preciosas, não foram oficialmente notificadas.
A controvérsia levanta debates sobre a proteção de povos indígenas em áreas de exploração econômica, colocando em evidência o equilíbrio delicado entre preservação ambiental, direitos humanos e desenvolvimento econômico.
Prazo e ameaça
Os procuradores Fernando Merloto, Eduardo Sanches e Daniel Dalberto, em sua “recomendação”, deram prazo de dez dias para que a Funai informe ao MPF sobre seu acatamento, encaminhando esclarecimentos detalhados a respeito das providências adotadas.
Além disso, caso a “recomendação” não seja atendida, os dirigentes da Funai poderão ser responsabilizados por conduta de omissão, cabível de medidas judiciais.
“A presente recomendação tem por objetivo solucionar, de maneira rápida, dialógica, a questão posta, bem como conferir ciência inequívoca e constituir em mora (obrigação de cumprir) a Fundação Nacional dos Povos Indígenas para a adoção de medidas reputadas essenciais à proteção dos povos indígenas afetados”, diz ofício de recomendação.
Um lado
Os procuradores da República também pediram que as ongs CPT, Coiab, Apib, Apiam, Cimi e demais instituições que acompanham os temas, também fossem comunicados.
Por outro lado, as empresas Eneva e Mil Madeiras Preciosas, responsáveis pelos empreendimentos na região e também interessadas no assunto, não foram informadas da “recomendação” do MPF.
Por fim, os procuradores da República arrematam:
“A região (Silves e Itapiranga) é alvo de manejo madeireiro pela Mil Madeiras Preciosas, e, ao mesmo tempo, há em curso a instalação de empreendimento que visa a prospecção de gás pela empresa Eneva S/A, colocando duplamente a vida destes povos isolados em extremo risco, e que recomendou fortemente a suspensão imediata das atividades de exploração de gás realizada pela empresa Eneva e do plano de manejo florestal por parte da Mil Madeiras Preciosas”.
Fonte: com informações da BNC
amazonas Nossa Senhora das Graças mateus e cristiano manaus arte Gnos AM são paulo amazonas Macaca Guariba compras golples brasil cuidados black friday investigação balneario camboriu amazonas exploração sexual manaus jiu-jitsu novos contratos manaus amazonas RPE Parintins FC indigenas isolados funai manaus amazonas mpf livros doação manaus literatura ufam manaus vagas cetam oportunidade educação amazonas educação oportunidade manaus iel manaus decoração natal amazonas largo de são sebastião
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris. But I must explain to you how all this mistaken idea of denouncing pleasure and praising pain was born and I will give you a complete account of the system, and expound the actual teachings of the great explorer....