Nona edição do Festival Tarumã Alive reúne solidariedade e cultura na Marina David



Unindo sustentabilidade, solidariedade e música, o Festival Tarumã Alive chega a sua nona edição. Com entrada gratuita, a comemoração será feita no dia 07 de dezembro, na Marina David, Zona Oeste de Manaus, para sensibilizar sobre a conservação da maior bacia hidrográfica urbana do Amazonas: a do Tarumã-Açu. O evento conta com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC), e da Prefeitura de Manaus, através da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult). 


A Marina David foi escolhida pela sua importância para a capital amazonense. Por dois anos, a comunidade sofreu com os efeitos da estiagem que atingiu o estado. As imagens do período são chocantes: onde era rio, secou. Os moradores e frequentadores tinham que se deslocar por extensas pontes de madeira no leito seco. Além disso, o lixo, que as águas escondem durante a maior parte do tempo, ficou à mostra revelando o cenário de poluição.


“Movimentamos o turismo, por exemplo, com aluguel de flutuantes e lanchas(comunidades indígenas, restaurantes, canoeiros, limpeza desses locais, mergulhadores para irem ao fundo do rio e resgatar óculos que caíram nas profundezas. Foram anos muito difíceis para a comunidade e profissionais da Marina do Davi. Nosso slogan é ‘Pelas Vidas do Tarumã’, é um ecossistema que precisa estar vivo. Se o turismo estiver funcionando, iremos cobrar para organizar a parte ambiental. As pessoas querem que esse rio continue vivo”, explica Marcia Novo, uma das idealizadoras do Festival e empreendedora no Tarumã-Açu. 


O programa "Tratar Bem", lançado pela concessionária Águas de Manaus, representa um avanço significativo para a preservação das bacias hidrográficas da capital amazonense. Com a meta de tratar 90% do esgotamento sanitário de Manaus até 2033, a iniciativa é um avanço no compromisso com a sustentabilidade e com a preservação das bacias hidrográficas na capital. No entanto, para  Márcia, é preocupante que até 2033 não tenha planejamento para as zonas Oeste e Norte, regiões onde está localizado grande parte do Tarumã. Isso significa que a atual geração e as próximas irão testemunhas o lento desaparecimento do rio Tarumã-Açu, assim como aconteceu com o Mindu, Igarapé do 40, a Ponte da Bolívia, dentre outros, transformados em esgoto a céu aberto. 


“O Tarumã-Açu é muito mais que um rio, ele movimenta o turismo e o lazer de muitos manauaras e é parte integrante da história de nossa cidade. É uma luta que já dura há quase uma década. Precisamos agir para evitar o fim iminente desse rio tão importante para todos nós. O Tarumã Alive é mais do que um festival, é um movimento pelas vidas que dependem do rio. É o abraço entre cultura, comunidade e natureza, um lembrete de que cada gota do Tarumã sustenta histórias, famílias e sonhos. Em 2024, celebramos a força de quem resiste e transforma.”, declara. 


Para o co-fundador do projeto Remada Ambiental, Jadson Maciel, o principal gargalo é a falta de saneamento básico que contribui para o despejo de resíduos no corpo hídrico. Além das mudanças climáticas que têm ocasionado secas históricas, a poluição do Tarumã -Açu afeta as comunidades ribeirinhas que estão à margem do rio e por isso é importante chamar atenção do governo, prefeitura e da própria sociedade para o problema. 


"Os resíduos se conectam com as águas através do saneamento básico, que é o esgoto produzido em casa, e infelizmente esse material vai parar no Tarumã. Vamos implantar o Plano de Bacias, em parceria com a Remada, Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Tarumã-Açu, Secretaria de Meio Ambiente do estado, Tarumã Alive e Universidade Estadual do Amazonas (UEA), que busca mapear e solucionar os principais problemas. Vamos trabalhar em cima desses conflitos e principalmente em soluções. Nós precisamos nos preparar e reorganizar para lidar com a crise climática e os problemas que se arrastam há anos. Estamos prontos para apresentar soluções práticas ", pontua Maciel. 


Programação


A programação inicia às 08h com o mutirão de limpeza da remada ambiental, na Marina  David, envolvendo voluntários inscritos e organizadores do festival. A expectativa, devido à vazante, é a retirada de 3 a 5 toneladas de lixo. 


“A edição de 2024 vai ser especial porque vamos, de fato, incluir a comunidade na coleta de resíduos. Esse ano é desafiador porque estamos retirando o material que afundou e foi exposto com a seca. Como o rio já está enchendo novamente, nós vamos correr para que este material não continue no fundo. Contamos com a participação de todos os nossos voluntários para somar com a gente”, convida Jadson.


Além da ação ambiental, o evento terá uma área kids e vai realizar atividades como torneios de pênaltis com brindes e bingo solidário com prêmios doados. Em parceria com a Eco Cooperativa, também haverá coleta de resíduos durante todo o festival. 


E a partir das 16h, o festival começa com shows de Guto Lima, o artista mais pedido pela comunidade, Adrianynho Star, Márcia Novo e a participação especial de Pezão, cantor da região que celebrará o Tarumã com suas composições. A programação segue até a meia-noite.


"A festa é para comunidade que sofreu com dois anos de uma seca histórica, quem puder colaborar com alimentos não perecíveis vai ajudar muito a melhorar o final de ano dessas famílias e dos trabalhadores impactados pela estiagem. Os frequentadores do Tarumã, banhistas, donos de flutuante, são convidados a fazer parte dessa festa solidária junto com a gente", reforça a organizadora do evento, Marcia Novo. 

Fonte: com informação da assessoria de imprensa