A trajetória de José Ricardo é inegavelmente entrelaçada com os valores progressistas e a estrutura do Partido dos Trabalhadores (PT). Reconhecido como um dos principais nomes da esquerda no Amazonas, o ex-deputado federal e atual vereador de Manaus construiu sua carreira política sob o guarda-chuva petista. No entanto, sua recente aproximação com políticos da direita e, em especial, com aliados do bolsonarismo, coloca em xeque sua fidelidade aos princípios que o alavancaram.
Desde o início, José Ricardo contou com o respaldo do PT para se eleger. As campanhas sempre foram fortalecidas pelo tempo de mídia, estrutura partidária e militância aguerrida, elementos que garantiram sua projeção como um defensor dos trabalhadores e das causas sociais. Esses pilares de apoio foram fundamentais para que ele alcançasse a posição de destaque na política amazonense.
Porém, a postura recente de Zé parece ignorar esse histórico de parceria e suporte. Ao aliar-se a políticos com ideologias diametralmente opostas às do PT na eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Manaus, ele não apenas afronta os valores que diz defender, mas também joga uma pá de cal sobre o compromisso com aqueles que sempre estiveram ao seu lado.
O pragmatismo como estratégia
José Ricardo argumenta que suas decisões são pragmáticas, mas a questão que emerge é: a que custo? A aliança com a direita bolsonarista, que historicamente se opôs às pautas do PT, não parece ser uma estratégia coerente com os ideais progressistas que moldaram sua carreira. Mais do que pragmatismo, o gesto soa como oportunismo, um movimento para se manter relevante a qualquer preço.
A incoerência de José Ricardo não se limita às alianças. A impressão de que ele busca autopromoção em detrimento do partido reflete um descolamento crescente de sua identidade original. A política, é claro, exige articulação e diálogo, mas há limites para concessões quando se trata de princípios. Zé sempre defendeu ser uma voz dos trabalhadores e dos menos favorecidos, mas como justificar um alinhamento com setores que promovem agendas contrárias a essas pautas?
A aliança com a direita é apenas o capítulo mais recente de uma trajetória marcada por contradições recentes. Enquanto Zé avança em sua estratégia individualista, o PT e sua base de eleitores têm razão para questionar até que ponto ele ainda representa os valores que o elegeram.
A política amazonense, assim como em todo o Brasil, vive um momento de polarização intensa. E nesse contexto, gestos como o de Zé Ricardo não passam despercebidos. Ele, que já foi uma figura emblemática da esquerda local, corre o risco de ser lembrado não como um defensor dos ideais progressistas, mas como alguém que deixou para trás o partido que sempre o apoiou em troca de alianças convenientes.
Resta saber se o preço dessa incoerência será cobrado nas urnas ou se Zé conseguirá, mais uma vez, se beneficiar do sistema que agora parece estar disposto a abandonar.
Alianças
No dia 1º de janeiro, Zé Ricardo oficializará seu apoio ao vereador Rodrigo Guedes, do Progressistas (PP), um partido de centro-direita.
Mais do que isso, o petista agora se posiciona ao lado de figuras como o ultradireitista e policial militar Salazar (PL), conhecido por suas declarações polêmicas que incluem apologia à violência e a droga.
Essa aliança estratégica, que visa compor uma chapa vencedora na câmara, soa como um abandono das bandeiras que Zé Ricardo sempre defendeu.
Se a justificativa é pragmática – garantir espaço na mesa diretora para, supostamente, “fiscalizar” os recursos bilionários da prefeitura em 2025 –, a questão ética permanece.
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