Grupo Jurubebas de Teatro prepara circulação por diversos estados brasileiros no primeiro semestre de 2025


O espetáculo amazonense “Tucumã e Buriti - As Brocadas do Tarumã-Açu”, um dos vencedores do Prêmio Cenym, considerado o “Oscar” do teatro brasileiro, se prepara para circular por vários estados do Brasil no primeiro semestre de 2025. O espetáculo do Grupo Jurubebas de Teatro será apresentado entre os dias 20 e 24 de fevereiro na cidade de Lorena, em São Paulo, no 2° Festival Amoreiras de Teatro LGBTQIAPN+. A obra também está confirmada na programação do Centro Cultural Eliazáro Rangel, na cidade da Serra, interior do estado do Espírito Santo, nos dias 3 e 4 de maio.

A montagem teatral também vai marcar presença no II Festival de Teatro de Bayeux, que ocorre no interior do estado da Paraíba entre 26 a 31 de maio. Pelo Amazonas, a peça realizará uma circulação nas comunidades ribeirinhas da bacia do Tarumã, alcançando as comunidades de São Sebastião, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora do Livramento, Ebenezer e Julião, entre 7 e 12 de abril.

“Tucumã e Buriti” conta a história de duas irmãs que nasceram grudadas pelo umbigo, crias da comunidade ribeirinha de Julião. As cunhatãs têm seus desejos de matar a fome: uma delas quer ficar, outra delas quer partir. O espetáculo é protagonizado pelo ator Robert Moura e pela atriz Nicka, com dramaturgia de Euler Lopes, sonoplastia de Leandro Paz e com direção geral e cenografia de Felipe Maya Jatobá.

A peça traz como temática principal a “fome” da comunidade de Julião, como a falta de comida, de infraestrutura, saneamento básico e oportunidades de trabalho. “O espetáculo foi criado para alcançar as crianças da segunda infância, mas também para os adultos, que podem refletir sobre a desigualdade presente da região amazônica e que influencia diretamente no futuro de várias gerações de amazônidas”, coloca Jatobá.

Cena e som

A cenografia do espetáculo é assinada por Felipe Maya Jatobá, vencedor do prêmio de Melhor Cenografia no XVII Festival de Teatro da Amazônia, em 2024. “A cenografia traz como proposta elementos sustentáveis e que possui uma intensa relação com as comunidades tradicionais: é formada por painéis feitos de fibra de tucumã e pintada com o extrato da polpa do tucumã e da casca do buriti, que juntas colorem em tons terrosos parte desses painéis. Esses elementos foram criados na comunidade que dá nome ao espetáculo, bem como constrói uma narrativa cada vez mais em diálogo com a realidade local, respeitando, assim, a biodiversidade presente na região”, coloca Felipe.

A trilha sonora da peça é composta por canções de música popular amazonense e é assinada por Leandro Paz, vencedor do prêmio de Melhor Trilha Sonora com “Tucumã & Buriti – As Brocadas do Tarumã-Açu” no XXXI Festival de Teatro do Vale do Panharana, em Rolante (RS). A trilha possui canções com nomes conhecidos como Márcia Siqueira, Raízes Caboclas, David Assayag, entre outros.

O figurino traz uma dualidade: uma das irmãs quer ficar na comunidade, outra delas quer conhecer Paris. “Os contrastes das figuras são tamanhos: enquanto Tucumã tem uma intensa relação com seu território, veste uma roupa florida e simples; Buriti sonha em ser artista e conquistar a fama, com seu figurino cheio de brilho e paetês, tendo como referência ícones femininos da cultura pop contemporânea”, dialoga Felipe.

O processo criativo do espetáculo se deu através de entrevistas realizadas no ano de 2022 na comunidade ribeirinha de Julião. A dramaturgia assinada por Euler Lopes traz contos e “causos” comunitários que foram compartilhados pelos moradores, e que deram total apoio na escrita e criação deste espetáculo.

“A peça realizou sua estreia dentro da própria comunidade, realizando diversas apresentações para os próprios moradores. Hoje em dia o espetáculo ganhou o Brasil estando presente em diversos festivais de Norte e Sul, sendo inclusive vencedor do ‘Oscar’ do teatro brasileiro, o Prêmio Cenym, na categoria de Melhor Grupo de Teatro do Brasil. A peça já se apresentou para mais de 5 mil pessoas desde sua estreia e leva para todos os cantos do País um olhar sobre as comunidades ribeirinhas da Amazônia”, completa Felipe.

Fonte: com informação da assessoria de imprensa