O livro 'Ariá: um alimento de memória afetiva', publicado pela Editora Valer e Editora Inpa, será lançado nesta quarta-feira, dia 16 de abril de 2025, a partir das 17h, no restaurante Caxiri, locslizado na rua 10 de Julho, 495 - Centro. A entrada é gratuita.
O primeiro volume da série traz como tema "chibata" um alimento carregado de memórias afetivas: o ariá (Goeppertia allouia (Aubl.) Borchs. & S. Suárez, syn. Calathea allouia), um tubérculo cultivado na Amazônia e que, ao longo das últimas décadas, vem desaparecendo dos mercados e feiras da região.
É das lembranças da infância de 'Dona Nora', avó materna do autor Eli Minev-Benzecry, que nasceu a iniciativa para a produção deste livro. O jovem de 17 anos e mais onze coautores indígenas e não indígenas escreveram a obra. São eles: Ruby Vargas-Isla, Laura Leite Silvio Barreto, Tyson Ferreira-Sateré, Marly Lima Bosco Gordiano, Maiana Lago, Atmam Batista, Ariel Blind, Ana Carla Bruno, com a organização da pesquisadora do Inpa, Dra. Noemia Ishikawa. Tradução de Ye'pâ-mahsã (Tukano), por Rosilda Maria Cordeiro da Silva e ilustração de Hadna Abreu.
Mais que resgatar a importância e a bagagem cultural de um alimento que já foi tão presente na rotina alimentar amazônica, esta obra pretende colaborar para o processo de ressignificação do ariá, f-ortalecendo o cultivo e o consumo de alimentos da região, e contribuindo para a geração de renda e a segurança alimentar das populações amazônicas.
A coordenadora editorial da Valer, professora doutora em Filosofia, Neiza Teixeira destaca em primeiro lugar na obra a amazonidade. Em seguida, ela explica que é interessante o saber ouvir ou a prática da auricularidade, que é um registro presente em cada página deste livro.
"Destaco o amor, a dedicação e o rigor exigido pela ciência que os autores imprimem na obra. É importante, ainda, notar a composição multicultural e multidisciplinar dos participantes e a primeira autoria de um jovem autor, Eli Minev-Benzecry, que tem 17 anos, evidenciando mais um traço da singularidade deste livro', disse Neiza.
Para esta estreia, a língua indígena escolhida foi a Ye'pâ-masã (Tukano), uma das línguas indígenas co-oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro, no Amazonas, onde o ariá é cultivado e consumido, sobretudo por comunidades indígenas.
"Chamo a atenção para o cuidado na organização deste primeiro livro: ele apresenta-se, também, na Língua Tukano, o que demonstra o compromisso e o respeito com os povos indígenas. E tão importante quanto isso, e a síntese que visa o diálogo, no mesmo nível, entre o saber ancestral dos nossos povos originários e o saber científico", ressaltou Neiza.
O livro conta, ainda, com pratos elaborados com ariá por renomados chefs de cozinha da atualidade. A tradução para o Tukano foi realizada por Rosilda Maria Cordeiro da Silva. O livro tem ilustrações de Hadna Abreu.
O diretor do Inpa, Dr. Henrique Pereira afirma que os autores nos conduzem por um caminho de redescoberta, apresentando o ariá como um aliado na segurança alimentar e na geração de renda, especialmente em tempos de desafios climáticos.
"Esta obra se distingue não apenas pelo seu conteúdo, mas também pela sua abordagem inclusiva e colaborativa. Contando com contribuições de escritores indígenas e não indígenas, e com tradução para a língua Ye'pâ-masã (Tukano), o livro reflete um compromisso profundo com o interculturalismo e a preservação das línguas e culturas amazônicas", afirmou o Henrique.
Além disso, o diretor convida o leitor a celebrar o mundo amazônico, explorando as riquezas vivas de um universo que é, por sua própria essência, extraordinário e repleto de diversidade.
Série Amazônia Chibata
No Amazonas, é comum usar a expressão "chibata" para se referir a algo muito bom', algo que surpreende, que gera interesse ou traz benefícios. O termo está presente na fala popular de caboclos, ribeirinhos, quilombolas e indígenas das diferentes Amazônias – dos campos, rios, florestas e cidades. É com o desafio de revelar as evidências científicas e ancestrais que fazem da Amazônia um universo biocultural único e surpreendente que surge a série 'Amazônia Chibata`.
Composta por livros sobre a sociobiodiversidade da Amazônia, elaborados conjuntamente por escritores indígenas e não indígenas, a série foi pensada de forma colaborativa, em um contexto multicultural e multidisciplinar: a cada volume, um tema amazônico é abordado, explorando o uso de ilustrações, fotografias e textos em língua portuguesa, sempre com tradução para uma língua indígena.
Assim sendo, já estamos à espera de títulos e conteúdos que tragam a beleza, a sustentabilidade e a diversidade das plantas, dos frutos e dos homens e mulheres das nossas Amazônias.
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